FRASE DO MÊS

Abril

“Todo mundo é juiz onde o outro é culpado e, eu, o inocente “

Em busca incessante da justiça, ficamos cada momento mais amarrados ao ciclo de rancores e prazeres. Nesse sentido, a lei não é algo essencialmente apaziguador. O Buda Shakyamuni dizia no Suttanipata:

​Há quem discurse baseado em raiva.
​Há quem discurse baseado em verdade.
​Os sábios não se aproximam das discussões que se deram.
​Assim, em nenhum caso eles se atormentam. (Dutthatthakasutta)

No budismo, a lei é chamada também de dharma ou dhamma. O Dhammapada começa com os seguintes versos:

​Todos os fenômenos começam a partir do coração:
​Eles são feitos e dominados pelo coração.
​Aja ou fale com o coração corrompido
​Que o sofrimento virá em seguida,
​Da mesma forma como a roda da carroça segue as pegadas do boi. (1)

​Todos os fenômenos começam a partir do coração:
​Eles são feitos e dominados pelo coração.
​Aja ou fale com o coração sereno
​Que a felicidade virá em seguida,
​Da mesma forma como a sombra acompanha seu objeto e nunca o abandona (2)
​“Ele me maltratou, me golpeou, me derrotou, me roubou”
​Para aqueles que abrigam pensamentos como esses
​O ódio nunca será apaziguado. (3)

​O ódio não se extingue por outro ódio.
​O ódio se extingue ao abandoná-lo.
​Essa é a lei eterna. (5)

O Buda Shakyamuni denominou este mundo que vivemos como saha: lugar para aturar os sofrimentos. Nesse ambiente o coração de cada um de nós é a única fabricante da tranquilidade. A fim de visar a tal paz, é preciso deixar de supor que alguém ou algum objeto nos proporcione ou desproporcione a felicidade.

Rev. Keizo Doi
Monge Regente do Templo Shin Budista de Brasília